sábado, 12 de março de 2011

Virose pós-carnaval ganha apelido de “gripetonita”

Febre, mal-estar, dores no corpo. Para muita gente, as consequências do Carnaval estão além da saudade e das boas lembranças. Os sintomas, característicos das viroses, começam a surgir após o período da festa, ambiente propício para a disseminação.
As viroses pós-carnaval já receberam apelidos como  Dalila e de Rebolation, hits da festa em anos anteriores. Em 2011, a doença  pode ficar conhecida como Gripetonita, em alusão ao mineral fictício (kryptonita), que enfraquece o Superman, personagem da canção Liga da Justiça, da banda LevaNóiz – uma das mais tocadas deste ano.
O contato muito próximo entre as pessoas, como nas aglomerações de foliões, facilita o contágio. "E ainda tem a baixa defesa do organismo. No Carnaval, as pessoas gastam mais energia, hidratam-se menos e consomem mais bebida alcoólica que, em vez de repor, elimina os líquidos do corpo. Isso diminui a imunidade”, explica o médico Juarez Dias, da diretoria de Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab).
Juarez Dias, por sua vez, explica que também são comuns sintomas como fraqueza. “Além da dor física, o nariz fica obstruído, surge a tosse, garganta arranhando. A febre fica entre 38 e 39 graus, além da cefaleia (dor de cabeça). O corpo fica debilitado entre 3 e 5 dias”, completa.
Os sintomas das viroses são parecidos com os da gripe, que é ainda mais perigosa. “A gripe é uma doença causada pelo vírus influenza, que pode provocar óbitos em crianças e idosos. Os resfriados são causados por vírus menos agressivos”, diz Juarez. 
Vítima da virose, Augusto César sequer teve condições de curtir o Carnaval
Vítima da virose, Augusto César sequer teve condições decurtir o carnaval
Marco Aurélio Martins/Agência A TARDE

Os sintomas da virose costumam desaparecer  entre cinco e sete dias depois do contágio, mas é preciso manter uma boa alimentação, hidratação e repouso. Homens, com idade entre 15 e 45 anos são o perfil típico. O livreiro Augusto César Conceição, 37 anos, sequer pisou nos circuitos da festa por causa da virose. “A situação se agravou de quinta para sexta-feira. Tive febre, muita dor de cabeça e no corpo à noite toda. Muita tosse também”, disse.
Aumento - Médicos explicam que mesmo quem não pulou ou nem esteve na folia pode ser contaminado. “Evitar o contato entre os seres humanos é algo difícil, então o indicado é ter o organismo preparado para resistir a esse tipo de doença”, comentou o infectologista, Augusto Anibal.
Ele conta que, logo após o Carnaval, os atendimentos no Hospital Couto Maia, referência em Salvador no tratamento de doenças infecciosas, aumentam em até 60%. "Se normalmente são cerca de 50 atendimentos por dia, na semana seguintes ao Carnaval são mais de 80", disse.
As recomendações para evitar o contágio são as mesmas para quem já está doente: hidratação, boa alimentação e evitar esforços exaustivos. No trabalho ou em locais de grande circulação, deve-se higienizar sempre e bem as mãos com água e sabão ou álcool em gel.
Atenção ao corpo e ao tratamento
Sintomas - Febre (entre 38 e 39 graus), mal-estar, dores no corpo, nariz obstruído, tosse, garganta arranhando, cefaleia (dor de cabeça). Corpo  debilitado durante 3 ou 5 dias
Orientação - Tomar bastante líquido e repousar. Analgésicos e antitérmicos, como  dipirona e paracetamol, também podem ser usados. Não tomar medicamentos à base de ácido acetilsalicílico (conhecido como AAS), devido a possíveis complicações em caso de dengue 

A Tarde

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