Lilith diz ser a única contribuinte do estado com tal cadastro na Previdência.
Atividade é reconhecida pelo governo desde 2002.
  Há pouco mais de dois meses, Lilith Prado, 31 anos, moradora de Cuiabá  começou a contribuir para o Instituto Nacional do Seguro Social para ter  direito a benefícios trabalhistas e garantir a aposentadoria quando a  idade pesar. Mas o caminho até conseguir fazer a inscrição foi longo.  Lilith é travesti, profissional do sexo, e queria que nos seus registros  fosse incluída a correspondente ocupação. Desde 2002, essa atividade é  reconhecida pelo Ministério do Trabalho e aceita pela Previdência na  inscrição de contribuintes individuais.
 Lilith Prado, presidente da Associação dos
Lilith Prado, presidente da Associação dosTravestis de Mato Grosso (Foto: Arquivo pessoal)
  Para conseguir o cadastro, Lilith percorreu todas as agências da  Previdência Social em Cuiabá até que, com a ajuda de um advogado e de  uma assistente social, conseguiu convencer os funcionários de que a  inscrição no regime previdenciário poderia ser feita como profissional  do sexo, não apenas como contribuinte individual.
  Ainda que recolha a contribuição como autônoma, Lilith pode ter benefícios específicos para o tipo de atividade que desempenha.
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  “Como fico exposta a riscos, como violência, DSTs [Doenças Sexualmente  Transmissíveis], poluição sonora... e estando enquadrada como  profissional do sexo, tenho direitos que não teria se deixasse de  informar minha verdadeira ocupação. No ano passado, por exemplo, fui  assaltada e fiquei 20 dias afastada. Se já tivesse saído o INSS, eu não  ficaria sem receber”, argumentou.
  Segundo último levantamento do ministério, o país tem cerca de 9,41  milhões de contribuintes individuais. No entanto, o órgão informou ser  impossível identificar com qual registro cada uma dessas pessoas está  inscrita e que, independentemente da atividade desempenhada, todos os  trabalhadores têm os mesmos direitos.
   As mulheres, os garotos de programa, sendo travestis ou não, podem ter  os mesmos direitos que qualquer outra pessoa que paga a Previdência"
   Lilith Prado
  Lilith diz querer que outras profissionais do sexo contribuam como tal e  tenham os mesmos benefícios com os quais ela conta hoje.
  “Não quero ser a primeira e única. As mulheres, os garotos de programa,  sendo travestis ou não, podem ter os mesmos direitos que qualquer outra  pessoa que paga a Previdência. Pode demorar muitos anos, mas um dia as  pessoas se aposentam”, disse.
  Benefícios
De acordo com o INSS, os contribuintes  individuais e facultativos, independentemente da atividade registrada,  têm direito a aposentadoria por idade, por invalidez, por tempo de  contribuição, especial e benefícios tais como, pensão por morte,  salário-família e auxílio-reclusão.
  A alíquota de contribuição desse tipo de segurado é de 20% sobre o  salário de contribuição. Os contribuintes que optam pelo Plano  Simplificado de Previdência Social pagam a alíquota de 11%.
G1 
 
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