Cantora foi escolhida para ser a rainha da XV Parada Gay de São Paulo.
'Sou negra, gay e feliz', afirmou no lançamento oficial da Parada.
 Cantora  Preta Gil participa do lançamento oficial da XV Parada Gay de São  Paulo, na Zona Oeste de São Paulo (Foto: Marcelo Mora/G1)
Cantora  Preta Gil participa do lançamento oficial da XV Parada Gay de São  Paulo, na Zona Oeste de São Paulo (Foto: Marcelo Mora/G1)  A cantora Preta Gil, escolhida para ser a rainha da XV Parada do  Orgulho LGBT de São Paulo, disse, no lançamento oficial do evento, na  noite desta quarta-feira (30), na Zona Oeste de São Paulo, que "está  passando por um terror", sobre a polêmica com o deputado Jair Bolsonaro  (PP-RJ).
  No programa "CQC", da TV Bandeirantes,  exibido na noite de segunda (28), Bolsonaro afirmou que não discutiria  "promiscuidade" ao ser questionado pela cantora Preta Gil, sobre como  reagiria caso o filho namorasse uma mulher negra.
  saiba mais  
  A pergunta, previamente gravada, foi apresentada no quadro do programa  intitulado "O povo quer saber": "Se seu filho se apaixonasse por uma  negra, o que você faria?" Bolsonaro respondeu: "Preta, não vou discutir  promiscuidade com quer que seja. Eu não corro esse risco, e meus filhos  foram muito bem educados e não viveram em um ambiente como,  lamentavelmente, é o teu."
  Ao lado de representantes do movimento LGBT e de autoridades dos  governos estadual e municipal, Preta Gil, ao comentar sobre ter sido  escolhida para ser a diva da XV Parada Gay, disse que aceitou a honraria  "com muita humildade". Em seguida, falou sobre a polêmica com o  deputado federal. "Coincidentemente, estou passando por um terror. Fui  injustamente agredida por um político, que não agrediu apenas a mim, mas  aos homossexuais e negros. Sou negra, gay e feliz", afirmou.
  Ela lembrou que foi criada com muita liberdade e que, por isso, defende  a causa do movimento gay. "É uma causa minha desde que nasci. E crio o  meu filho com a mesma liberdade. Por isso fico muito feliz de ver aqui  representantes da polícia, da política e outros setores da sociedade  organizada, porque acredito que podemos mudar sim essa onda de violência  contra os homossexuais", declarou.
  Depois do evento, Preta Gil concedeu entrevista coletiva, na qual  admitiu uma certa ponta de arrependimento por ter feito a pergunta. "Eu  desconhecia completamente este deputado, não tinha ouvido falar dessa  pessoa. O pessoal do CQC não me induziu a dizer nada, mas se eu  conhecesse o perfil dele (Bolsonaro), eu teria evitado a pergunta. Eu  sou totalmente da paz, hoje em dia. Nunca gostei de escândalos",  afirmou.
 Preta Gil disse que não conhecia o deputado
Preta Gil disse que não conhecia o deputado(Foto: Marcelo Mora/G1)
  Segundo ela, ao tentar se explicar, alegando que pensou que a pergunta  se referia a gays em vez de negros, o deputado se complicou ainda mais.  "A emenda saiu pior que o soneto. O que importa é o que ele disse e ele  me chamou de promíscua. Não quero ficar  aumentando a polêmica, mas ele  está falando cada vez mais barbaridades", afirmou, sobre as novas  declarações do deputado, que afirmou que a cantora não teria  credibilidade para falar de ética depois de ter assumido que teve  relações homossexuais.
  "Nada do que eu fiz são coisas inaceitáveis. Ele já foi acionado  judicialmente pelos meus advogados. A questão é que agora só vai  juntando novas provas contra ele. Já são três processos", declarou. Para  Preta Gil, o fato de a polêmica ter surgido justamente quando foi  anunciado que ela seria a diva da Parada Gay de São Paulo, que costuma  reunir três milhões de pessoas na Avenida Paulista, foi "uma  coincidência". "Eu já tinha aceitado o convite há dois meses. E eu me  coloquei à disposição da Parada. Isso só me faz ainda mais militante (do  movimento gay), ainda mais ativa. O mais importante agora é fazer com a  lei (que criminaliza a homofobia) seja aceita", disse.
  Nesta quarta-feira, Jair Bolsonaro disse, durante o velório do  ex-vice-presidente José Alencar, que está se “lixando” para os  movimentos homossexuais.Questionando sobre o que achava dos movimentos  homossexuais, que o acusam de homofobia, ele afirmou: “Eu estou me  lixando para esse pessoal. Criaram aí a frente parlamentar de combate à  homofobia, frente gay aí. O que esse pessoal tem para oferecer para a  sociedade? Casamento gay? Adoção de filhos? Dizer que se seus jovens, um  dia, forem ter um filho, que se for gay é legal? Esse pessoal não tem  nada a oferecer.”
  O deputado também criticou a cantora Preta Gil, dizendo que ela não tem  “credibilidade” para falar em ética. Após a exibição do programa em que  Bolsonaro responde a uma pergunta sobre namoro com negras, Preta Gil  postou no Twitter que processaria Bolsonaro: "Advogado acionado, sou uma  mulher Negra, forte e irei até o fim contra esse Deputado, Racista,  Homofóbico, nojento".
  “Todo mundo que quiser entrar com processo é justo. O caminho para  resolver os problemas é na Justiça. Agora, que exemplo ela tem de vida  para cobrar ética? Se você entrar no blog dela, está escrito lá que ela  já participou de atos sexuais com outras mulheres, participa de suruba”,  afirmou.
  Novidades da Parada Gay
  Em evento dirigido aos patrocinadores da Parada Gay, os organizadores  anunciaram ao menos duas novidades para a edição de 2011, a 15ª. Ou  seja, a Parada do Orgulho LGBT está debutando, literalmente. Por isso,  na abertura da festa, os participantes serão convidados a dançar uma  valsa, O Danúbio Azul, em plena Avenida Paulista.
 Edição deste ano da Parada Gay terá um
Edição deste ano da Parada Gay terá ummascote (Foto: Marcelo Mora/G1)
  O objetivo é bater um novo recorde mundial e assim, mais uma vez,  entrar para o Guiness. O maior baile de debutantes do mundo reuniu 15  mil casais, de acordo com o livro do recordes. A organização da Parada  Gay quer superar esta marca.
  E a edição deste ano contará com um mascote, um boneco totalmente  branco, que virá acompanhado de sete canetas hidrográficas coloridas.  Desta forma, quem adquirir um mascote poderá pintá-lo do jeito que bem  entender, de acordo com a organização.
  Segundo o presidente da Associação da Parada do Orgulho GLBT de São  Paulo, Ideraldo Beltrame, o evento "é uma manifestação de luta, para  garantir os direitos dos homossexuais, para garantir uma cidadania  completa e não pela metade. E para combater não apenas a homofobia, mas  uma sociofobia, para combater uma sociedade onde as pessoas têm cada vez  mais dificuldade para conviver com o próximo".
  Mais uma vez, a organização espera a participação de três milhões de  pessoas nesta 15ª edição, sendo ao menos 400 mil turistas, que garantem  um aporte de cerca de R$ 200 milhões à economia da capital paulista, de  acordo com os organizadores. Pelos cálculos, cada turista gastaria em  média cerca de R$ 1 mil em cada dia que permanecessem na cidade para  participar do evento.
G1 
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentem fiquem a vontade esse espaço é seu.