Muitas  pessoas querem adotar animais… mas quando se fala em adoção,  existe uma  série de critérios que as pessoas que vão adotar levam em   consideração.
Por  exemplo, um dos primeiros critérios, é que o animal não seja  muito  velho, porque assim, dá tempo de se treinar o pet e conviver  bastante  com ele. Outra coisa que muitas pessoas levam em consideração  também, é  o porte do animal. A maioria das pessoas preferem animais de  porte  médio e pequeno.
Mas  se você já pensou em adotar um bichinho e criou critérios que  devem  ser seguidos, já pensou em adotar um animal deficiente? Tenho  quase  certeza que a sua resposta será “Não”.
Já foram feitas  várias pesquisas, de que animais deficientes são  muito mais  companheiros e amigos dos seus donos. E isso acontece  justamente pelo  fato de que eles são mais carentes e precisam de mais  carinho e  obviamente, muito mais gratos por saberem que existem pessoas  que  aceitam as condições “físicas” em que eles se encontram e que estão   dispostos a trocarem muitos carinhos.
Existem  vários casos de bichinhos que são deficientes mas que vivem  muito bem  com isso. Acima eu coloquei uma foto de um cachorrinho que não  tem as  duas patinhas da frente, um caso mais raro de se ver, mas que  acontece.  E para isso foram criadas essas “rodinhas” para ajudar a  movimentação  do cachorrinho.
Casos  muito comuns de se ver atualmente, são cachorros com 3  patinhas, ou  então com as patinhas traseiras que também não funcionam.
Diante dos  milhares de casos de abandono de animais pelas ruas do  Brasil e do  mundo, existem várias entidades empenhadas no incentivo a  adoção,  visando diminuir a população de bichos desabrigados. Prova dessa   tentativa é a recente inauguração do primeiro núcleo cirúrgico da  prefeitura, em São Paulo, para a realização de cirurgias de castração de  cães e gatos. 
O  problema é que, infelizmente, se para os bichinhos sem raça  definida  já é difícil encontrar um novo lar, imagine para os idosos, por   exemplo. Ainda na lista de animais preteridos está também um grupo   muito especial: os deficientes físicos. Dentre eles, o número de   abandono é ainda maior. 
Apesar  da triste realidade, pelo menos, a crença antiga de que  animais nesta  condição precisam ser sacrificados tem se tornado cada vez  menos  difundida. Segundo o médico veterinário Mário Marcondes, diretor   clínico Hospital Veterinário Sena Madureira, “hoje em dia existem vários   tipos de terapias que têm o objetivo de dar qualidade de vida à estes   pets”.
Preconceito e desinformação
Assim  como, por vezes, acontece entre humanos, o preconceito ainda  reina  entre os peludos deficientes. Muitos bichinhos acabam sendo  abandonados  por serem considerados “feios”, por não conseguirem fazer  todos os  truques que um animal sem deficiência faz ou porque seus  proprietários  acreditam que eles darão muito trabalho devido às  necessidades  especiais.
Nesse  sentido, o dr. Mário diz que o veterinário tem um papel  fundamental.  “O médico entra como um profissional importante para dar a  orientação  correta para o proprietário de um animal com deficiência,  expondo todos  os tipos de terapia existentes para melhorar a vida dele”.
Segundo  o veterinário, a paralisia de membros é a limitação mais  frequente em  cães. Os principais casos são os animais com problemas de  coluna que  evoluem para uma paralisia. “Isso é muito comum em raças com a  coluna  longa e patas curtas como o DACHSHUND.|  | 
| Pitoco foi adotado depois que passou por maus tratos. | 
Um caso de carinho
Mais  que uma paralisia, Tom, um dachshund, de 6 anos, desenvolveu um   problema bem mais grave por conta da coluna. Além disso, o bichinho    nasceu sem as duas patas dianteiras. De acordo com sua dona, Christiane   Aguiar, um veterinário disse que o problema pode ter sido ocasionado  por  uma doença genética ou até mesmo por remédios abortivos dado a mãe  do  cachorro.
A  jornalista de 23 anos adotou Pitoco, como é chamado carinhosamente,   porque não gostava de como o tratavam em seu primeiro lar. “Depois que   ele nasceu, a outra filhote que nasceu da mesma cria foi adotada, mas   ninguém queria o Tom por causa da sua deficiência. Ele ficava jogado no   fundo do quintal no meio da sujeira, já que os antigos donos não   limpavam nada”. 
Ela  conta ainda que o cãozinho, muitas vezes, nem mesmo comia, pois  havia  outros cachorros maiores no quintal, que chegavam mais rápido até o   alimento. Foi assim que Pitoco entrou na vida da família de Christiane,   que tem mais duas cadelas, Neguinha, uma dachshund de 7 anos e irmã de   Pitoco e Lilica, uma SRD de 2 anos, que foi abandonada no portão da  casa  da jornalista.
E  apesar da aparência frágil, felizmente, segundo o dr. Mário, os   animais nessas condições se adaptam facilmente. O veterinário destaca,   por exemplo, o caso dos cães cegos, que utilizam seus outros sentidos   para se adaptar ao ambiente. Ele ainda dá uma dica aos donos de   cãezinhos com o problema: “mantenha os objetos sempre no mesmo local,   como comedouros e cama, assim o animal vai se adaptar mais rápido”.
Christiane  aprendeu bem a lição e procura facilitar a vida de Pitoco,  que se  locomove com dificuldade, deixando tudo que ele precisa por  perto.  Também toma cuidado para que ele não se asse, o que pode  acontecer  devido ao fato dele se arrastar pela casa.
Tratamento com células tronco
A  lesão na coluna é a principal alteração causadora de paralisia.  Hoje, o  tratamento inicial é com medicamento, além de cirurgia (em  alguns  casos) e fisioterapia. Em muitos casos a acupuntura ou somente a   fisioterapia são indicados. 
Uma  outra alternativa bem mais recente é o tratamento com células  tronco,  prática adotada gratuitamente pelo Hospital Veterinário Sena  Madureira,  em parceria com a empresa de biotecnologia Celltrovet.  Segundo o  diretor clínico do hospital, já participaram do projeto por  volta de 10  animais, mas as vagas ainda estão abertas para donos que  estejam  interessados. Os candidatos são pacientes deficientes  paralisados, em  decorrência de lesão na coluna, mas que já foram  submetidos a um outro  tratamento convencional, sem sucesso.
“A  ideia é tentar melhorar a qualidade de vida destes animais com o  uso  das células tronco. Mas para isto, primeiro estamos realizando este   projeto científico para posteriormente, com a análise dos resultados,   padronizarmos um protocolo para tratamento convencional com células   tronco”, disse o dr. Mário. 
O  veterinário destaca ainda que esta é uma evolução da área médica,  mas  para isto, trabalhos bem delineados devem ser realizados antes de se   utilizar células tronco de maneira rotineira. Os proprietários que   quiserem participar do projeto de tratamento gratuito com células tronco   para animais deficientes devem se inscrever na triagem, no telefone   (11) 5572-8778 - de segunda a sexta-feira, em horário comercial.
Pitoco,  infelizmente, não se enquadra no perfil para o tratamento  pioneiro,  mas já dispõe de uma vida muito feliz ao lado da família que o  acolheu e  não hesita em dar carinho, amor e elogiar seu bichinho. “Ele é  um  animal carinhoso, que retribui todo o cuidado que temos com ele com   muito amor”, finalizou Christiane.Se você  tem um animalzinho deficiente (independentemente qual o animal) ou se  você conhece alguém que tenha um bichinho deficiente, nos mande a  história para o patassobrepatas@gmail.com . Queremos saber como é o seu  relacionamento com esses bichinhos especiais.
As histórias que nos enviarem serão publicadas aqui no Blog.
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