sábado, 12 de março de 2011

Um ano depois da morte do cartunista Glauco, processo continua aberto na Justiça do Paraná

Defesa acredita que, com laudo de psiquiatra, Cadu será considerado incapaz
João Varella, do R7
Christian Rizzi/Agência de notícias Gazeta do Povo/AEChristian Rizzi/Agência de notícias Gazeta do Povo/AE
Carlos Eduardo Sundfeld, o cadu, confessou ter matado o cartunista Glauco

A Justiça pode declarar ainda neste mês de março se o acusado de assassinar o cartunista Glauco Vilas Boas e seu filho Raoni, é inimputável (pode responder por seus atos) ou não. O crime completa um ano neste sábado (12).

Leia também: Família do outro suspeito cogita processar Polícia Civil

Um laudo divulgado em dezembro de 2010 declarou que Carlos Eduardo Sundfeld, o Cadu, é irresponsável por seus atos. Esse documento, considerado fundamental pela defesa, atrasou o andamento do processo em Foz do Iguaçu (PR) por meses. O Paraná tem apenas dois peritos capazes de emitir esse tipo de laudo.

Já de posse do documento, no dia 28 de fevereiro de 2011 a Vara Criminal Federal de Foz do Iguaçu ouviu testemunhas para decidir se o caso vai ou não a júri popular. Entre os depoimentos ouvidos na ocasião está o do psicólogo que tratou Cadu. Segundo o advogado Gustavo Badaró, que representa o acusado, a família fez um termo eximindo o profissional de seu sigilo. O depoimento, cujo conteúdo é mantido em sigilo pela Justiça, é apontado por Badaró como "contundente".

Confissão Após ser preso, Cadu confessou o crime à Justiça. Ele disse que cometeu o crime em resposta a sinais religiosos. O jovem frequentava a comunidade religiosa liderada por Glauco (leia mais abaixo).

Caso o juiz decida que Cadu deve ir a julgamento, a defesa poderá entrar com recurso. O R7 apurou com procuradores federais que é difícil que o juiz não decida pela inimputabilidade. Ele deve se basear no laudo, considerada uma prova técnica de grande peso.

Depois da sessão de fevereiro, a Justiça deu cinco dias para a defesa e a procuradoria fazerem suas alegações finais. Agora que o prazo terminou, a decisão do juiz pode sair a qualquer momento - a assessoria de imprensa da Justiça Federal do Paraná não soube informar se há uma data certa para que isso ocorra.


Crime

O cartunista e seu filho foram mortos em Osasco, na Grande São Paulo, diante da casa em que viviam. O processo, porém, corre no Paraná porque Cadu tentou fugir para o Paraguai depois do crime. Na fuga, ele foi detido em Foz do Iguaçu, nas proximidades da ponte da Amizade. Na ocasião, Cadu chegou a atirar contra policiais federais.

Em um primeiro momento, dois inquéritos contra o jovem foram abertos: um na Justiça estadual de São Paulo e outro na esfera federal, no Paraná. Mas, em meados de 2010, os dois processos foram reunidos em um só, que passou a correr no Paraná.

Cadu foi transferido do cárcere da Superintendência da Polícia Federal de Foz do Iguaçu para um presídio de segurança máxima em Catanduvas. Na ocasião da transferência, a polícia argumentou que a presença dele na superintendência deixava os outros presos transtornados.

R7

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