segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Sistema público de saúde oferece cirurgia para mudança de sexo

EM São Paulo, as cirurgias começarão a ser feitas em mulheres transsexuais, e consistem na retirada do útero e das trompas. Pacientes já aguardam os primeiros procedimentos.

 

Mudança de sexo: em São Paulo, o sistema público de saúde vai começar a fazer cirurgias em mulheres transsexuais.
A cirurgia será para a retirada do útero e das trompas, e será feita num hospital da rede pública de São Paulo. E já há pacientes aguardando pelas primeiras cirurgias, que serão realizadas no fim do mês.
Biologicamente, o educador infantil Alexandre Santos nasceu mulher, mas desde os 8 anos de idade, ele se reconhece como homem. “Eu sou um homem, não tenho duvida disso. Eu costumo falar que eu vim numa embalagem trocada, porque não me identifico com esse corpo”, comenta.
Alexandre é uma das 30 pessoas que até o fim do ano devem passar por uma operação no Hospital Público Pérola Byington, centro de referência da saúde da mulher em São Paulo especializado em atendimentos de casos de câncer e de violência.
A cirurgia irá retirar o útero, ovário e as trompas. Até agora, o procedimento só ocorria em hospitais universitários. Cada operação custa R$ 1,5 mil para o Sistema Único de Saúde (SUS).
“O tempo de espera que foi reduzido pra atendimento de câncer permitiu que a Secretaria Estadual da Saúde utilizasse parte da infraestrutura existente para dar suporte a essa nova demanda da sociedade civil que é a cirurgia dos transsexuais”, afirma o diretor do hospital, Luiz Henrique Gebrim.
Para ter direito a cirurgia, a pessoa terá de frequentar durante dois anos um serviço médico, no qual terá de comprovar que realmente necessita da operação, porque ela é definitiva.
“Profissionais de várias categorias, como médicos, psicólogos e psiquiatras, vão avaliar a situação do paciente e, junto com o paciente, vão indicar o melhor momento para a cirurgia e se a cirurgia é indicada nessa situação”, explica Maria Clara Gianna, coordenadora do programa DSTAids de São Paulo.
“Quando terminar tudo isso, com certeza eu vou ser outra pessoa. Outra pessoa no sentido de que eu vou estar mais leve, mais produtivo e mais feliz, com certeza”, espera o educador infantil Alexandre Santos.
Em setembro do ano passado, o conselho federal de medicina considerou que os procedimentos de retirada de ovários, úteros e mamas de transsexuais deixaram de ser experimentais e poderiam ser feitos em qualquer hospital público ou privado, desde que seguissem as recomendações do conselho.
 

 Fonte: G1

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