segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

ECONOMIA

Pecuaristas baianos apostam na criação de ovinos para corte

Criar cordeiro para corte é um bom negócio para pecuaristas baianos. Com o direcionamento da produção dos criadores uruguaios – responsáveis por 80% do fornecimento deste tipo de carne para a alta gastronomia brasileira –  para os mercados anglo e europeu, abre-se aos brasileiros a oportunidade de ganhos significativos no mercado interno.
“Enquanto a arroba do boi é cotada a R$ 100, a do cordeiro é negociada por R$ 150”, ressalta o criador de gado bovino e ovino do município de Senhor do Bonfim, José Ranulfo Guimarães. Ele conta que investe na criação de cordeiro há quatro anos, quando começou a perceber a tendência de expansão desse mercado. A intuição, à época, se confirmou em bons lucros.
Valorização estimula criadores aianos a investirem na produção para o mercado paulista “Nesse período, a alta foi, em média,  de 50%. Só no ano passado, a carne de cordeiro subiu 42%, passando a custar R$ 10 o quilo”, diz. “E não vai parar por aí”, acredita. Hoje, a fazenda possui plantel com 2,5 mil matrizes. O plano é ampliar este número para seis mil até 2012.

“A Bahia  está começando a criar cordeiros. É um gigante adormecido. Temos apenas 20% do que precisamos para atender a ao mercado”, avalia Guimarães, referindo-se, como ressaltou, à produção de carne de qualidade.
Segundo ele, uma das condições para o sucesso nesse exigente mercado é o investimento em genética. “A oportunidade está aí, mas precisamos adquirir o conhecimento e aprofundar a pesquisa, coisa que o pessoal da agricultura já faz”, frisa Hélcio Souza,  representante da  Associação dos Criadores de Caprinos e Ovinos da Bahia (Acooba) na Câmara Setorial da Cadeira Produtiva de Caprinos e Ovinos.
O melhoramento genético, diz ele,  é de fundamental importância para a produção de animais cujas carcaças ganhem peso em menos tempo e possuam carne com bom teor de gordura. “Aqui cruzamos Dorper com Santo Inês. Em cinco meses, esse gado atinge 20 kg de carcaça. Normalmente, isso demoraria um ano”, conta Guimarães. 


Juliana Brito /A TARDE

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